CAPÍTULO I
“Nosso dever para com a História é reescrevê-la”
Oscar Wilde
Houve um tempo
Tudo começou em torno do Grêmio Monteiro Lobato, onde se pegavam livros emprestados, se discutia vida alheia, moça bonita, política e até literatura, de vez
Mais tarde, com o crescimento desordenado da cidade, já nos dias sombrios da ditadura de 1964, apareceu o famoso Bar do Yugo, um japa simpático, sorridente, culto e dono de um enorme coração, que, ao se instalar no comércio local, tornou-se uma espécie de novidade; quebrando a monotonia do ambiente provinciano, acanhado, onde só se ouviam os apitos das fábricas de louça e o resfolegar fantasmagórico das máquinas ferroviárias. Foi ali que conheci os irmãos Hanssen, Castelo e Dirceu (o último já falecido). Ali, conheci o Mané Galileu, ou melhor dito, Manoel Ribeiro Soares (o Galileu fica por minha conta porque o danado do mineiro, além de cínico, cético e dialético, gostava uma barbaridade de matemática). Conheci também o J. Ramos, o Manoel Carlos dos Santos e outros. Esse bar era uma extensão do Grêmio Monteiro Lobato, onde imperava seu diretor, o velho e conhecido, “seo Dito” e onde discutíamos os livros lidos e começamos, um após outro, como diria meu pai, em bom baianês, a “botar as unhas de fora” e a mostrar os nossos primeiros pecados literários.
Alguns, como o Castelo Hanssen e o Moysés Amaro Dalva, já demonstravam a que vieram e já se percebiam nos seus escritos iniciais uma certa força e algumas imagens bonitas, quase bem construídas. O Moysés lia muito, chegou a devorar, nessa época, cento e tantos livros em um ano. Era um exímio declamador e abafava, quando se punha a dizer o “Navio Negreiro”, de Castro Alves. Como bebeu muito
Desses primeiros moços do Bar do Yugo, o Castelo Hanssen (hoje jornalista famoso na imprensa guarulhense), escreveu um livro intitulado “Canção pro Sol Voltar”; Antenor Ferreira Lima, “Maré Vermelha” e “Tormenta das Horas”, Iracema M. Régis, “Poesia”, J. Ramos “Apelo”, “Poesia da Solidão” e “Espírito Selvagem” e eu, publico alguma coisa individualmente. Os outros não saíram das páginas iniciais das quatro antologias editadas pelo Colégio Brasileiro de Poetas, o que foi uma pena, porque tinha gente promissora, como os poetas Marco Salles, Samuel Fernandes de Aguiar e Moysés Amaro Dalva, que, ao lado de Castelo Hanssen, eram os mais promissores de toda a turma. Por esta época, publiquei o meu primeiro livro, intitulado “Dandaluanda”, livro, do qual não gosto nem de falar o nome. Um livro “abaixo da desconsideração”.
A exemplo de Castelo Hanssen, Iracema M. Régis publicou “Poesia”, 1983 e continuou publicando artigos nos jornais da região; posteriormente vieram as participações em Antologias, culminando com outras publicações poéticas individuais (cordel).
participe da Comunidade literária Estórias de CURIAPEBA
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=40605150
-
Veja o Blog com algumas das Estórias de CURIAPEBA
http://estoriasdecuriapeba.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário