quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A César o que é de César

A César o que é de César

Prefácio escrito por Iracema M. Régis para o livro
“Poeminha Sem Realismo Para Ruth”, de Aristides Theodoro,
publicado pelas Edições Cântaro, de Timbaúba – PE, 1992.

Conheço Aristides Theodoro, o ranzinza, o chato, o reacionário, o radicalíssimo, mas o grande e humaníssimo Aristides Theodoro, desde 1975, quando cheguei a São Paulo, já envolto numa névoa de livros, papéis, jornais, escritos, sendo na ocasião presidente do Colégio Brasileiro de Poetas, de Mauá.
Aristides já lia e escrevia há vários anos para jornais da região e paralelamente acumulava escritos em prosa e versos. Entre esses trabalhos, alguns sobre figuras de sua admiração, como os Gilbertos Freyres da vida, Tobias Barreto, Noel Rosa e outros.
No encalço dessa trajetória, acompanhei sua participação nas primeiras antologias, bem como a edição do seu primeiro livro de versos: “Dandaluanda”, (1982). Aparecendo 9 anos depois com um pequenino livro/poema “O Poeta Passeia Por São Paulo num Sábado à Tarde”, (1991) , numa versão mais elaborada, trabalhada, mostrando um Aristides que avança ao longo dos anos. O homem não parou por aí e agora surge com este “Poeminha Sem Realismo para Ruth”. Entrar, porém, no mérito do valor literário das suas obras seria contraproducente. Recordo, entretanto, uma questão levantada no prefácio de “Perfil de Euclides e Outros Perfis”, do brasileiríssimo Gilberto Freyre, onde alguns de nossos mais conceituados críticos alardearam que o autor de “Casa Grande & Senzala” não era escritor; no que ele retrucou com os seguintes argumentos: que muitos homens ficaram na história das letras mundiais, pelo conteúdo, conhecimento e veracidade daquilo que escreveram, mesmo não sendo literatos propriamente ditos,ao passo que muitos acadêmicos de pedra e cal, manipuladores das regras gramaticais, com todo seu tecnicismo, não foram capazes de escrever coisas que agradassem e resistissem à ação dos tempos.
Vejo Aristides no X dessa questão. Não sei se ele é poeta, escritor, crítico literário ou não. Afirmo que seus textos não são vazios nem bestas, como de tantos moderninhos deslumbrados, que não dizem nada. Pelo contrário, são cheios de conhecimentos literários, de informação, que tornam a leitura interessante, curiosa e boa de ler.

Iracema M. Régis


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