CAPÍTULO VI
Na hora de abrir a boca no mundo e dizer “eu sou do Colégio”, todos diziam, mas na hora de trabalhar e se dar em prol da entidade, pouquíssimos se dispunham a colaborar. Quando se falava em montar uma nova antologia literária, o grupo inchava, apareciam interessados de todas as longitudes e latitudes, a maior parte com trabalhos ruins, e após a publicação, desapareciam tão inesperadamente como apareceram. Então fomos perdendo o pulso e o Colégio passou a perder aquele seu atrativo do início, tornando-se um ambiente detestável, onde havia sempre alguém discordando e conspirando contra tudo e contra todos.
Quando se escolhia novo presidente para dirigir o grupo por dois anos, eram dias propícios para as maiores discordâncias, em que apareciam as chapas mais absurdas, compostas com os elementos mais retrógrados, que por não terem consistência, se punham a denegrir os primitivos ideais do movimento, bem como seus fundadores. O Colégio, naqueles momentos, era um dos piores ambientes que se podia imaginar. Eu mesmo fui execrado e vilipendiado por muitos que não tinham moral para me acusar. Tudo isso desgostou-me profundamente, pois aqueles que menos faziam, eram justamente os que mais procuravam denegrir a imagem dos que produziam alguma coisa.
Nessa ocasião, passamos a editar os nossos primeiros livros. O pioneiro foi o poeta J. Ramos, que editou o seu “Apelo”, um livrinho, para a época, 1977, tremendamente sem-vergonha, apelativo, com a capa lambecada de verde e amarelo, conforme os ditames dos dias vigentes, cheios de milicos gritando ordinário, meia volta, volver! Mais tarde, J. Ramos lançou “Espírito Selvagem” e “Poemas da Solidão”, ambos em 1991. Antenor Ferreira Lima, talvez um dos maiores colaboradores do Colégio, em todos os tempos, publicou “Maré Vermelha”, em 1978, um livro bem impresso, com belíssima capa do pintor Odayr Miguel de Oliveira, que pela aparência gráfica chamava a atenção do leitor, embora o conteúdo deixasse muito a desejar. Em 1983, publicou mais um livro intitulado “Tormenta das Horas” e morre em seguida, na noite de 28/3/84, aos 53 anos de idade, em pleno vigor criativo. Antenor foi uma das pessoas mais íntegras, desprendidas e amigas, que já conheci dentre a condição humana. Eu fui o terceiro a aparecer, levado pela minha estúpida vaidade, com um livrinho mesquinho, ordinário, “Dandaluanda”, um monstrengo, “abaixo da desconsideração”, do qual tenho vergonha mesmo de pronunciar o nome e que jamais gostaria de vê-lo editado; isso foi em 1982. Nove anos mais tarde, publiquei “O Poeta passeia por São Paulo num Sábado à Tarde”, com bonita capa da artista plástica Fátima Ávila e um prefácio “liliputiano”da escritora Dalila Teles Veras. Esse livrinho, de certa forma, me agrada; afinal, externo nele o meu imenso amor pela cidade de São Paulo, com sua turbulência vertiginosa. Em 1992, publiquei “Poeminha Sem Realismo Para Ruth”, muito bafejado pela crítica e que se esgotou em pouco tempo. Em seguida, lancei, juntamente com a jornalista, poeta e contista, Iracema M. Régis, minha colega de imprensa, “Como Preparar Um Diabo Velho
Wilson Jasa, talvez uma das figuras mais esforçadas da nova safra de escritores , lançou “Elo Eternal” e “A Pedra Francesa”, ambos em 3ª edição; “A Rosa e o Povo”, traduzido para o castelhano e o japonês; “Pardalino, o Pardal”(infantil), “Poemas de Amor”e organizou mais de 30 antologias em prosa e verso. Também criou, nos moldes do Colégio Brasileiro de Poetas, de Mauá, o Movimento Poético
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