O que mais me chamou a atenção nesse poema é que Théo descreve uma mulher e passeia por seu corpo, lindamente. E através desse gesto e artifício vai nos revelando sua alma de bon vivant. Tudo o que tem de melhor na vida está em seu poema. A melhor música erudita, a melhor música popular, o grande pintor, o maior escritor, o melhor poeta e por aí vai. Tudo isso embalado por um lindo corpo de mulher. Quando abordei meu ponto de vista a esse respeito, o autor disse que não conseguia ver assim. Então lhe apontei ponto por ponto. Théo abre o livro com uma mulher. Don’Ana, o título tem o nome de mulher, Ruth, e fecha com uma mulher, Iracema. E vai passeando galantemente pelo corpo da mulher amada.
Théo ainda fala da Madeleine de Proust, do perfume das “tetas poluídas da Garota de Ipanema”... “ as nádegas rosadas e pedregosas de Olinda” (sic) e de muitas outras. Em todas as páginas, Theodoro cita algo referente à mulher; imagine, até a lua menstrua!... E você não vê mulher em seu poema, Théo?
Mas Aristides Theodoro é assim mesmo e carrega em seu coração a humildade dos que são grandes. Tanto é assim que intitulou essa linda elegia de “Poeminha”. Seu nome só poderia estar nesse livro mesmo, ombreando-se com os grandes homens.
Gisleine Caron
Jornal da Manhã, 18/02/93
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